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Mergulhaste com a baleia e com ela aprendeste várias coisas e nem deste por isso. 

Olha o que descobriste. 

 

Humanidades e conhecimento sobre a Terra

A História serve para conhecer o passado das pessoas ou dos humanos, mas também para perceber a sua relação com a natureza, nomeadamente, com o mar, os animais, as plantas e a sua influência no clima. Não só as ciências naturais e exactas, mas também as humanidades contribuem de modo decisivo para o conhecimento da Terra e da interações entre humanos e o restante mundo natural. As fontes históricas e os vestígios arqueológicos revelam informações importantes sobre catástrofes naturais, o clima, a fauna e a flora.

Fazer História

 

Os historiadores usam diferentes materiais para o seu trabalho. As fontes históricas são muito variadas, podem ser documentos escritos, depoimentos orais que falam sobre  o passado, artefactos arqueológicos, objectos artísticos, iconografia ou mesmo, imagina, um osso de baleia. 

Como pudeste experimentar, o português de antigamente não era exactamente igual ao de hoje. Havia diferenças na construção dos textos e na grafia. O historiador tem que aprender a ler caligrafia antiga e a interpretar a escrita dos antigos. 

O historiador tem cuidado não só com as palavras, mas também com as imagens. Como pudeste verificar, as notícias e as imagens viajavam muito e, por vezes, tornavam-se pouco rigorosas. 

Baleias

 

O avistamento de baleias ou de grandes peixes estava associado ao surgimento de catástrofes como terramotos, tempestades e condições climatéricas extremas. Deste modo, a sua aparição era interpretada como sinal de mau augúrio.

 

As notícias sobre o avistamento ou arrojamento de baleias e grandes peixes suscitavam grande interesse. O aparecimento de baleias no Tejo era noticiado em várias partes da Europa, em folhetos, panfletos e periódicos. Estas novidades eram lidas em voz alta, em locais públicos, para que a população que não sabia ler pudesse ficar a par. 

Tejo

 

O rio Tejo era a principal via de acesso à cidade de Lisboa. Através dele, por vezes, nadaram baleias e outros peixes de grandes dimensões. Ainda hoje é frequente avistarem-se golfinhos. Pelas águas dos rios navegavam uma grande quantidade de embarcações, algumas de pequenas dimensões, outras maiores, como as caravelas e os galeões, que vinham de paragens distantes como a Índia e o Brasil. O Tejo era também visitado por navios de mercadores estrangeiros que vinham a Lisboa fazer comércio. Lisboa era uma das grandes capitais do mundo. 

 

O rio e as suas margens eram povoados por muitos sons. Ouviam-se os pregões das vendeiras, a multidão de vozes ao redor do Chafariz d’El-Rei, onde se ia buscar água e onde se apinhavam gentes de várias etnias, as vizinhas a conversarem de janela para janela, os cantares nas tabernas, homens exaltados com o jogo, as ferramentas e os trabalhadores a construírem casas e barcos.  

Vista panorâmica da cidade de Lisboa de José Pinhão de Matos, c. 1701-1726, Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa

Caravelas e Galeões

 

A caravela era um barco ligeiro e fácil de manobrar, composto por 3 mastros onde assentavam as velas latinas, as velas triangulares que permitiam a navegação contra o vento – bolinar. A caravela tinha uma coberta e um casco fundo e estreito onde eram guardados as mercadorias e os aprovisionamentos para as viagens. No castelo de popa, localizado à ré, encontravam-se os aposentos do capitão. Poderia transportar entre 20 a 100 pessoas consoante o seu tamanho e julga-se que já se contruíam no século XII. Este tipo de embarcação veio a tornar-se muito útil durante a expansão marítima portuguesa por ser um barco ágil e bem adaptado aos ventos e ondulação do Atlântico. 

 

O galeão era um navio de maior porte, redondo e de alto bordo, tendo assim muito maior capacidade de carga que a caravela. Estava dotado de 4 mastros e velas mistas, quadrangulares e triangulares. Este tipo de embarcação foi idealizada para poder responder em caso de guerra em alto mar e como tal estava armada com várias peças de fogo, podendo carregar mais de 40 canhões. No entanto, o galeão também podia fazer serviço de carga, transportando mercadorias que se encontravam abaixo do convés, nas cobertas, que poderiam ser 2 ou 3. Nos castelos de proa e popa localizavam-se os aposentos do capitão e das pessoas mais importantes que vinham a bordo. Os restante marinheiros e passageiros ocupavam a zonas das cobertas e do convés. Este navio com grande capacidade de navegação foi importante a partir do século XVI, podendo chegar até ao Oriente ou à América, e além das mercadorias e do armamento que transportava, o galeão também podia acomodar mais de 200 pessoas a bordo.

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